Mangá também é cultura

História em quadrinhos hoje tem um museu, uma
faculdade e um prêmio promovido pelo governo


A visão da sociedade japonesa sobre o mangá mudou. O que antes era visto como diversão infantil hoje ganhou status de um importante meio para o governo promover a diplomacia cultural. Além do prêmio internacional criado recentemente pelo Ministério das Relações Exteriores, existe até uma faculdade especializada que forma futuros cartunistas.




A Universidade Seika, de Kyoto, inaugurou o curso de mangá dentro da Faculdade de Belas Artes em 2001. Em abril deste ano, o curso ganhou independência e foi transformado numa faculdade. Atualmente, cerca de 600 alunos estudam para realizar o sonho de se tornar cartunista, chargista, editor de mangá ou criador de desenho animado. (Imagem ao lado | Popularidade: Nana é um dos mangás de maior influência social dos últimos tempos.)

Mas qual é o diferencial de estudar o mangá num curso univesitário, e não numa das cerca de cem escolas profissionalizantes existentes em todo o país? “Os alunos têm oportunidades de com
parar os quadrinhos com outros estilos de desenho, como as pinturas ocidental e oriental, e estudar outras disciplinas. Com isso, eles ganham uma visão mais ampla sobre o mangá e o mundo que os cercam”, explica o chargista e diretor da faculdade, Keiichi Makino.

Mercado de trabalho


Formar-se nesta faculdade não garante uma carreira de cartunista para os alunos. Mas, antes mesmo da conclusão do curso, eles têm chance de mostrar seu trabalho participando da produção de quadrinhos em vários tipos de publicação. (Foto a o lado | Carreira: jovens interessam-se cada vez mais em investir de forma profissional nas artes gráficas.)

A faculdade recebe encomendas para elaborar folhetos sobre assuntos diversificados que utilizam o mangá em vez de texto. Eles já produziram panfleto para conscientização sobre portadores de hanseníase para uma prefeitura, folheto explicativo sobre aneurisma para um hospital e até a petição de um grupo de cidadãos. “São poucos os alunos que conseguem se profissionalizar como mangaka [cartunista]. Mas há outras atividades como essas que eles podem exercer, aproveitando o conhecimento e as técnicas adquiridas no
curso”, conta Makino.

Para dar apoio maior aos alunos e formados do cursos de mangá, a Universidade Seika inagurou o Museu Internacional de Mangá, em novembro do ano passado, em conjunto com a prefeitura de Kyoto. Num prédio de quatro andares com uma área total de 5 mil m2, o museu guarda um grande arquivo de materiais relacionados ao mangá, que inclui mais de 200 mil livros e revistas, japoneses e estrangeiros.
(Foto ao lado | Reconhecimento: sofisticada estrutura para guardar o acervo do Museu Internacional do Mangá em Kyoto.)

Entre os cerca de 600 jovens que estudam o mangá na Universidade Seika, os alunos estrangeiros representam 10%. A grande parte deles é da Coréia do Sul, onde o mercado de mangá está em crescimento. Segundo Makino, a metade dos estudantes que fazem o curso de pós-graduação são coreanos.

Com o aumento da popularidade dos quadrinhos japoneses no Exterior, espera-se que um número cada vez maior de estangeiros venha ao Japão para estudar o mangá. Eles serão concorrentes dos cartunistas japoneses futuramente? “Há muitos estrangeiros com nível técnico elevado. Mas, para fazer sucesso no mercado editorial daqui, o importante é elaborar histórias que caiam no gosto dos leitores japoneses”, afirma o diretor.

Fonte: Japão online

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

1 Comment:

Anônimo said...

Sonho *_* plaquinha do school rumble na primeira img foda